segunda-feira, 29 de maio de 2017

FRAGMENTOS DO PASSADO

Nem tudo que reluz é ouro...Boa semana para todos.
Quantas vezes me pego a pensar na liberdade de andar e correr pelos campos sem medo, brincar livremente nas calçadas com bonecas de pano ou feitas com sabugo de milho, juntar-se as demais crianças, fazer roda de cirandinha, esconde-esconde, jogar bola, caçar ovos das patas nas lagoas, subir nas árvores de pequeno e grande porte para colher frutos, e as mais preferidas eram caju, manga, jabuticaba e pitomba, de adentrar nos currais e ver os vaqueiros da época tirar logo cedo o leite das vacas, então me aproximava, eles pegavam meu copo, enchiam e eu bebia me lambuzando toda, e saía dali feliz, depois seguia para as casas de farinha a fim de comer beiju bem quentinho, e como se não bastasse ver tantas guloseimas, ainda comia um prato de macaxeira com carne de porco, que de vez em quando dava uma reviravolta nas tripas, mas valia a pena. Quantas vezes me pego pensando nos bons tempos da infância, na felicidade simples de outrora encontrada em cada canto e no rosto das pessoas cumprimentando uns aos outros expressando um sorriso jovial. Quantas vezes me pego a pensar no respeito que os mais velhos faziam questão de nos ensinar desde muito cedo, mesmo através de palmatória e alguns castigos da época, e sem modéstia, nós sabíamos nos comportar nas escolas e em qualquer lugar, de conhecermos e cantarmos os hinos: Nacional, da Bandeira, do Estado e do Município, numa organização moral e cívica maravilhosa, e esse mesmo respeito, substantivo masculino que se refere ao ato ou o efeito de respeitar-se, bem como atitude necessária para favorecer a convivência na família, no trabalho, na comunidade, servindo de estreitamento nos laços de amizades, aceitando as diferenças, percebendo que cada pessoa tem o livre arbítrio de escolher ser quem ela realmente quer ser, na forma de pensar, agir, escrever, opinar, porém, nos tempos atuais torna-se difícil quando se quer ter razão a qualquer custo, ou quando se supõe, frente a qualquer ponto de vista, que a própria postura é a única possível, sem usarem o bom senso, e sem terem consideração e apreço pelo próximo, sendo preconceituoso em desfavor da etnia, das crenças, e de tantos outros, e tudo isso dói nas plaquetas da sabedoria, portanto, antes de julgar, é preciso se inteirar dos fatos, pesquisar e ler a fim de ficar por dentro da história e das notícias, para depois pensar se deve ou não, seguir adiante, pois recordar é preciso, e o mais belo é reviver cada momento, porque a estrada tem começo, meio e fim, e todos nós temos o mesmo sangue vermelho correndo nas veias. Enfim, hoje fico a chorar de tristeza nos soluços da madrugada que só eu mesma posso ouvir, bem como nos lamentos do meu pranto enchendo de saudade este pobre coração sofrido, em saber que só restam as boas lembranças dos tempos idos.
Escritora Mj, em 28/05/2017.

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