sexta-feira, 5 de maio de 2017

SAUDOSO ESPELHO

Saudade, onde estás que não te vejo!
No sótão envelhecido
No primeiro pavimento
Um espelho bem vivido
Forrado com madeira da cidade
Que guarnecia aquela habitação
Fora guardado com sentimento
E esquecido pelo tempo.
Estava todo quebrado
Mas ficou a armação
Ornamentada de flores
Lamentando a saudade ausente
Dos tempos idos
Pois um temporal inconveniente
Num momento de feitiço
Deixou alguém despedaçado
Com o coração encharcado
Do orvalho da manhã.
Daí o silêncio se fez presente
Porque a noite é um templo sagrado
Onde se revela segredos
Antes nunca desvendados
Os quais explodem na escuridão
Dos sentidos pensamentos.

Poetisa Mj, em 05/05/2017

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