- Qual é o seu nome moleque?
- Juvêncio, senhor!
- Juvêncio, senhor!
- De onde você vem serelepe?
- Eu venho de casa, senhor!
- E para onde vai na carreira?
- Eu vou trabalhar com meu pai ao pé daquela serra, apontando o local, lá tem uma palhoça que pertence ao meu avô Januário, senhor!
- O que é isso no seu pescoço?
- No meu peito eu carrego o rosário, senhor! Ao meio dia, Juvêncio retorna da roça suado feito um gambá e numa carreira só, como era seu costume para chegar mais rápido em casa, e novamente encontra com o senhor José, conhecido por “Zé”, que continuava sentado na praça e assim que vê o menino, o interpela para saber como foi no trabalho, e após contar os detalhes das suas façanhas, o menino pergunta,
- Seu Zé, burro fala?
- Que marmota é essa, menino? Não, nunca vi um burro falar, ou qualquer outro animal, mas porque você perguntou isso, anda, me diz!
- Eu venho de casa, senhor!
- E para onde vai na carreira?
- Eu vou trabalhar com meu pai ao pé daquela serra, apontando o local, lá tem uma palhoça que pertence ao meu avô Januário, senhor!
- O que é isso no seu pescoço?
- No meu peito eu carrego o rosário, senhor! Ao meio dia, Juvêncio retorna da roça suado feito um gambá e numa carreira só, como era seu costume para chegar mais rápido em casa, e novamente encontra com o senhor José, conhecido por “Zé”, que continuava sentado na praça e assim que vê o menino, o interpela para saber como foi no trabalho, e após contar os detalhes das suas façanhas, o menino pergunta,
- Seu Zé, burro fala?
- Que marmota é essa, menino? Não, nunca vi um burro falar, ou qualquer outro animal, mas porque você perguntou isso, anda, me diz!
- Porque eu vi um falando sozinho agora mesmo, ali na esquina, seu Zé.
- Virgem santa, então você sonhou, e o que ele falava e com quem?
- Bem, eu ia passando e o burro estava com a cabeça para cima, olhando para o céu, como que pedindo clemência, aí apareceu um doutor das letras rodeando ele, puxou a cabeça do mesmo para baixo, fixou os olhos nos olhos do animal, e disse na orelha do burro, “voz de burro não chega aos céus”, e o coitadinho murchou as orelhas, então foi pastar, mas ao sair, olhou para trás e respondeu para o doutor,
- Pensam os sábios que são sábios o suficiente para saber o que existe entre o céu e a terra, porque a melhor e a mais poderosa arma contra o inimigo, ainda é a oração, e aquela frase, seu Zé, chamou a minha atenção.
- Ô, situação difícil de explicar, replicou o Zé, mas o burro tem razão, Juvêncio, e aí está uma grande lição de sabedoria, muitos pensam que sabem alguma coisa, porém eles não sabem e nem entendem nada... Assim o menino serelepe foi para casa matutando na cabeça as palavras do amigo, porque naquele mesmo dia aprendera mais um ditado popular e uma lição de vida.
- Virgem santa, então você sonhou, e o que ele falava e com quem?
- Bem, eu ia passando e o burro estava com a cabeça para cima, olhando para o céu, como que pedindo clemência, aí apareceu um doutor das letras rodeando ele, puxou a cabeça do mesmo para baixo, fixou os olhos nos olhos do animal, e disse na orelha do burro, “voz de burro não chega aos céus”, e o coitadinho murchou as orelhas, então foi pastar, mas ao sair, olhou para trás e respondeu para o doutor,
- Pensam os sábios que são sábios o suficiente para saber o que existe entre o céu e a terra, porque a melhor e a mais poderosa arma contra o inimigo, ainda é a oração, e aquela frase, seu Zé, chamou a minha atenção.
- Ô, situação difícil de explicar, replicou o Zé, mas o burro tem razão, Juvêncio, e aí está uma grande lição de sabedoria, muitos pensam que sabem alguma coisa, porém eles não sabem e nem entendem nada... Assim o menino serelepe foi para casa matutando na cabeça as palavras do amigo, porque naquele mesmo dia aprendera mais um ditado popular e uma lição de vida.