segunda-feira, 24 de abril de 2017

MURRÃO, O GATO

Bem que diz o ditado: fazer juízo errado é trapaça, o importante é ser direito!
Certa vez estava mal, sozinho e sem ter com quem conversar, aí apareceu um bichano no meu quintal, porém como não o conhecia pedi que se retirasse porque este não era o seu lugar, mas com tanta insistência acabei aceitando a sua companhia. - Eita valha-me São Francisco de Assis, protetor dos animais, até para pedir comida tu choras igual criança, e mesmo com a pança cheia não podes ouvir bater num prato, eu já não aguento mais, e de tanto ouvir o teu miado numa grande latumia, o teu nome será Murrão porque tu és um grande turrão! Ele se fez de rogado e depois para me tapiar balançou a cauda peluda para lá e para cá. - Um dia falei, Murrão tu toma tenência que te ponho daqui para rua! E ele respondeu que não precisava daquela violência, aí saltou com a artilharia, - Quem és tu que me apontas o dedo com a tua verdade nua e crua? Tu vives me dizendo que eu sou brigão, mal educado, grosseiro, malcriado e tosco, mas isso é o que vês por fora e tu não procuraste saber da minha agonia de enfrentar leões por dia ao redor deste torrão, é o que dá fazer juízo errado de quem não conhece, no entanto tu sabes que sou polido, delicado e cuidadoso, atencioso, comedido e muito bem criado, vês a casca por fora, e o coração por dentro tu não enxerga. - Oh, Murrão diz isso não, eu respondi, te dei casa e aconchego, um prato de comida e para dormir um sofá, e agora tu queres brigar comigo, vem cá, meu nego e deixa isso para lá, simbora viver a vida que nos resta porque de briga o mundo já tá cheio, e eu não vou te abandonar!
Escritora Mj, em 24/04/2017

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