segunda-feira, 20 de novembro de 2017

DESABAFO

Hoje, 20 de novembro, é comemorado em todo país o dia da Consciência Negra, e se dependesse da minha pessoa, ela deveria ser comemorada nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, ininterruptamente, sem cessar, e sem precisar de autorização prévia, pois somos todos iguais, feitos e criados pelo mesmo Pai celestial, sem nenhuma distinção de cor, raça, credo, etc., porque o respeito vem de berço, e para quem não sabe e não procura se inteirar, respeito é um substantivo masculino que se refere ao ato ou o efeito de respeitar-se, bem como atitude necessária para favorecer a convivência na família, no trabalho, na comunidade, servindo de estreitamento nos laços de amizades, aceitando as diferenças, percebendo que cada pessoa tem o livre arbítrio de escolher ser quem ela realmente quer ser, na forma de pensar, agir, escrever, opinar, porém torna-se difícil quando se quer ter razão a qualquer custo, ou quando se supõe, frente a qualquer ponto de vista, que a própria postura é a única possível, portanto, vemos também a falta de respeito para com os idosos, deficientes físicos, visuais e outros, as crianças e os adolescentes estão sendo esmagados a qualquer custo, vemos país tentando mostrar força para outro país através de armamentos pesados, e não só, no entanto, não estão preocupados com o futuro do seu povo, nas amizades vemos todos os dias a grande falta de aproximação e engajamento dos colegas, até num simples bom dia, nas curtidas, nos comentários, uns respondem, enquanto que outros se acham melhores e mais capacitados, fofocas existentes por todos os lados, tudo isso é preconceito e falta de respeito para com o próximo, e mais uma vez minha alma sangra ao ver um descalabro de tamanha proporção ocorrendo por causa do ser chamado (des) humano, basta cada um procurar ler as notícias porque se voltou a fazer venda de escravos como é o caso dos migrantes africanos que tentam chegar á Europa e são vendidos em leilões, os próprios refugiados relatam repetidas situações de crueldade, e segundo eles, inúmeros tipos de violências horrorosas sendo praticadas diariamente, e as mulheres, coitadas, sãos as maiores vítimas, elas sofrem sem poderem reclamar, e são também vendidas em leilões de escravos, elas têm o seu preço superior ao dos homens, porque além de serem forçadas ao trabalho escravo, elas também são vítimas de abusos sexuais, vemos também em cada esquina uma mulher sendo maltratada, espancada e estuprada pelos que se dizem machões, e muitas delas não resistem, perecem no local, hoje temos que viver trancafiados nas nossas próprias casas por causa dos assaltos, e nos tempos atuais, ninguém mais é totalmente livre, e até pouco tempo eu pensava que tinha cessado a escravidão no mundo, mas parece que eu estou redondamente enganada, e o meu humor não está para suportar determinadas coisas, uma vez que estamos vivendo na era da informática, temos a internet ao vivo e em cores espalhada no mundo inteiro, jornais, canais de televisão, as operações do coração são feitas à distancia, idas a lua, a marte, temos os automóveis de última geração os quais não precisam de condutor, dentre tantas outras coisas mais para facilitar a vida, e a isso chamamos de progresso, porém retornamos a era mais longínqua que se pode imaginar, afinal eu pergunto, em que século estamos? Medieval? Pré Histórico? Será que podemos viver pelo menos um dia sem violência? Alguém pode me responder? Falta educação, saúde, segurança, e muito mais, porque alguns só pensam em si e nos bolsos abarrotados, e o povo que se vire, se puder, as queimadas acontecendo a todo instante deixando as nossas florestas arrasadas, nossos animais estão ficando sem o seu habitat natural por causa da ganância do homem, e a mãe natureza também sofre e cobra caro o seu preço, tudo isso é lamentável, e enquanto a semente do amor não for plantada no coração de todos, jamais teremos paz, jamais teremos irmandade, é preciso haver conscientização da humanidade, os exemplos estão aí e falam por si só, e quando chegar a nossa hora de partirmos desta vida, se pode levar daqui, apenas o que de bem ou de ruim fizemos a favor ou contra o nosso próximo, porque somos como pedra bruta retirada da pedreira mais longínqua, cheias de marcas e pontos obscuros, porém aos poucos vamos tentando nos lapidar e quem sabe, um dia possamos nos transformar na preciosa essência propriamente dita.
Escritora Maria José da Conceição (Mj), em 20/11/2017.

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