sexta-feira, 6 de outubro de 2017

A TRAMA DO TEMPO

O que te confiei com emoção
Meu coração não cansa de falar
Que já é noite dentro de mim
E logo mais ressurgirá a aurora
Na distante madrugada
Abro a porta devagar
Ouço a multidão na calçada
A dizer que o gigante 

Perdeu-se no tempo
De repente o espaço escureceu
Neste céu nebuloso
Pois tudo estava tramado
E na viagem sem volta
O vento encarregou-se 
De levar-te para o outro lado
Sem nenhuma explicação
Eu não queria 
Ser um encosto na tua vida
Isso dá desgosto por não entenderes
Da armação do barraco
O meu corpo tornou-se um caco
E nunca mais será viçoso
Por causa da minha rebeldia
Mas eu nunca desisti de ti
A tua voz continua vibrante
Nas plaquetas da sabedoria
O meu ouvido capta o som
Que trago guardado na memória
Mesmo que eu tente gritar forte
Não há força suficiente
Para dizer que valeu a pena
Um dia ter vivido cada momento
Ao teu lado meu amado
Peço-te que devolvas o luar
O qual se foi quando partistes
Devolve-me as manhãs ensolaradas
Pois os meus dias estão tristes
Devolve-me o brilho do olhar
Porque ele continua opaco
E o meu sorriso já não existe!

ACADEMIA VIRTUAL DE ARTES LITERÁRIA
Cadeira 24
Patrono: Luíz Vaz de Camões.
Acadêmica Maria José da Conceição (Mj), em 05/10/2017

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