domingo, 30 de julho de 2017

O ETERNO APAIXONADO

Quem canta seus males espanta...Bom domingo.
Neste imenso universo
Onde mora a saudade
Na frente da janelinha
Daquela humilde casinha
O violeiro caipira
Saudoso e educado
Chegou um pouco cansado
Mas não foi do coração
Permaneceu bem sentado
Na cadeira do trem
Que pegou na estação
Ouvindo com satisfação
Música como ninguém.
Mesmo com pouca instrução
Sem ter no bolso um vintém
Tirou do saco a viola
Aprumou os dedos e a garganta
Passou a tocar e cantar
Acanhado e com presteza
Um verso arrumado
Cheio de inspiração
Para espantar a tristeza
Servindo de remédio
E cura da solidão
Causada pela separação
Da caboclinha jeitosa
Que deixou no sertão.
Flechados pelo amor
Prometeram fidelidade
Mas na verdade
Ele brincou com a sorte
Chorou sem perceber
No sereno da madrugada
Sonhando um sonho acordado
Teve momentos vividos
Mas com o passar do tempo
Tudo foi esquecido
Restando o vazio e o silêncio
Acarretado pela distância
Permanecendo no pensamento
Até a chegada da morte
No lugar onde nasceu
E viveu como gente.
Assim diz o ditado
Que esse é o seja louvado
Do eterno apaixonado.

Poetisa Mj, em 30/07/017.

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