sábado, 8 de outubro de 2016

A MISSIVA

A campainha toca, levanto-me devagar, olho pelo vidro fosco da janela e prendo a respiração, lá fora algo me chama a atenção, um homem alto, careca, duas sobrancelhas grossas, bigodudo, chovia forte e ele estava sem guarda chuva, abri a porta, pedi que entrasse e ficasse próximo à lareira para secar as roupas, é o síndico o qual veio me trazer uma correspondência natalina, e eu estava tão empolgada que resolvi abrir a carta ali mesmo a qual continha os seguintes dizeres: 


“...Diálogo é descobrir o respeito pelo ser humano, porque a vida é igual as quatro estações do ano e precisamos ter paz, pois isto é um valor sem fronteira...” 

Quando terminei de ler fiquei deveras emocionada, ela não estava assinada, então perguntei ao referido síndico quem me mandou, e ele não soube responder, disse apenas que a missiva encontrava-se dentro da caixa dos correios de outra viznha, mas era para mim. 

Ofereci uma xícara de café com biscoitos e ficamos proseando por algumas horas, tempo suficiente para colocar as notícias do prédio em dia, após, despediu-se com um aperto de mão e saiu como entrara.

(Escritora Mj...08/10/2016)

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