segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O VOO LIVRE DA ÁGUIA

ACADÊMICA: Maria José da Conceição (Mj)
CADEIRA: 24
PATRONO: Luíz Vaz de Camões

É feliz o homem que aprende com seus próprios erros e nunca desiste de lutar pelo que almeja, fazendo a cada dia um novo recomeço, e dela, uma nova esperança de vida, porque não existe nada fácil para quem gosta de trilhar o caminho correto, as facilidades estão aí, mas é por causa das brechas deixadas por aproveitadores da bondade alheia, sem falar que tem pessoas acomodadas num canto esperando que outros façam por ela, que as coisas caiam livremente do céu, e não é desse jeito, quem desejar adquirir algum conhecimento precisa “queimar as pestanas” nos livros, correr atrás dos sonhos, acreditar neles, ter perseverança, sabendo que jamais existirá vitória sem luta, e para chegar até onde eu cheguei, lutando como uma leoa, caindo e levantando de cabeça erguida, sem medo, e ainda hoje enfrento barreiras, pois só paro no dia que o “cordão de prata” se partir, capengando aqui e ali, só Deus sabe muito bem as amarguras que passei, e por incrível que pareça ainda passo. Houve uma época na minha infância que eu tive fome e não encontrei o pão fermentado para me alimentar e nem uma cama para dormir, o que encontrei foi o chão duro tendo o infinito como cobertor, após algum tempo, a coisa mudou, encontrei quem me acolhesse, me desse abrigo e tudo o mais que eu precisava, nunca reclamei por causa de um sapato com “meia sola”, nunca reclamei por ter dois vestidos por ano, um para o natal e o outro para romper o ano novo, nunca reclamei por não ter um brinquedo descente no dia das crianças, basta saberem que brinquei muito na calçada com caixas de fósforos vazias, com bonecas feitas com a palha do milho, e por inúmeras vezes eu vi e senti na pele a má vontade estampada no rosto de quem se dizia "amiga ou amigo" e com uma resposta seca na ponta da língua, “estou super ocupada(o) e não tenho tempo para tais baboseiras”, portas batidas na cara, as estradas tortuosas que enfrentei e ainda enfrento, as humilhações por ser “uma enjeitada” e por não possuir um nome com respaldo algum numa sociedade muitas vezes preconceituosa, que gosta de olhar os rótulos e não o conteúdo dos frascos, e não pensem que estou generalizando, pois dentro dessa mesma sociedade há pessoas de bom coração, que estão prontas a ajudar o outro a montar na bicicleta e empurrar de ladeira abaixo porque sabe que ali tem futuro, são a essas pessoas que chamo de espíritos evoluídos e empreendedores os quais não desgrudam do(a) parceiro(a), e de minha parte, sou eternamente grata por tudo que me fizeram uma vez que as coisas boas ou ruins serviram e servem até hoje para a minha evolução espiritual. Se perguntarem se alguma vez na minha vida eu cometi erros, direi que sim, vários, e continuo cometendo, pois não sou perfeita e isso faz parte do “ser humano”, mas tento me corrigir da mesma forma que a águia corrige seus voos rasantes do alto da montanha, e quem sabe um dia eu consiga ser livre como ela...
Escritora Mj, em 25/09/2017.

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