segunda-feira, 28 de agosto de 2017

DESEJO ENCARCERADO

Silenciosamente o rio segue seu curso desfilando na avenida...
Como explicar discretamente
Que o coração sofrido
Em completo desalinho
Fala de um amor perdido
Por sentir-se desprezado?
Então sai procurando na noite
Simplesmente um sinal
Traçado no pensamento
De quem nunca foi esquecido
Daí cria um rio turbulento
No desejo encarcerado
Retido sem argumento
Que pode ser liberado
A qualquer momento
Porque a angustiante saudade 

Não manda recado
Ela chega de mansinho
Como quem não quer nada
Entrando de jeito
Vai corroendo o peito
Até altas horas da madrugada
Fico espiando para ela
Espreitando da janela
A rua iluminada
Tentando ouvir do amante
Uma palavra de conforto
E dar fim a esse sofrimento
Aquietando o corpo
Até ficar saciada.

Poetisa Mj, em 28/08/2017.

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