domingo, 2 de junho de 2019

SEM TEMPO E NEM IDADE

É na tolice do “até daqui a pouco” que os sonhos vão-se pelos ares!
Pensar em ti a cada instante,
É querer viver um sonhar distante.
Isso que aconteceu quando perfumei
A ilusão de cores num porvir da esperança,
Deitei-me a falar de amor no teu olhar,
Costurei as dores num retalho,
Enquanto balançava-me sobre o mar,
Abrindo a janela do pensamento,
Fiquei a imaginar as tuas palavras,
Senti sentimentos abstratos.
Ao ver o teu retrato amarelado pelo tempo.
Filmei gritos e gemidos lunáticos
Em cartas jogadas ao vento
Sentindo-me livre para voar,
Sem perguntar onde estariam
As minhas lágrimas sofridas
Sentidas pela saudade
De uma breve despedida.
Contando assim, era uma vez,
Das rimas deitadas, mas livres,
Sem passar gato por lebre
Caminhei enquanto criança,
Na juventude a tolice
Do “até daqui a pouco”,
Porém é na crise da maturidade
Que os sonhos vão-se pelos ares
Na dura realidade da vida.

Mj, em 02/06/2019.

Um comentário:

  1. Uau, maravilhoso querida poetisa, uma triste constatação que serve de alerta aos indecisos. Bjs

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