Longe ou perto, habitas neste peito!
Talvez não esteja com o juízo perfeito,Pois cansado de esperar por ti,
Sento-me no pequeno sofá,
Passo a olhar a bela natureza
Pela fresta da pequena janela,
E avisto vindo do lado norte,
Um barco de vela esquecido,
Surrado e maltrapilho
Apontando-me os faróis,
Então medito sobre o tempo
Na rudeza do vento soprando forte.
Onde estás que não te posso ver,
Falar-te, sentir-te e abraçar-te por inteiro?
Num ímpeto melancólico,
Sem direito a cobranças vans,
O que representa o sol e o luar
Se o escuro persiste
E eu não posso te encontrar?
O que representa a saudade maldita
Que teima em queimar o peito,
Se não existe certo jeito
De sair do navio abandonado?
Aplausos poetisa, poema intenso, um grito de amor, dor e revolta. Adorei.
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